Caravana da Barranca

Um dos mais tradicionais eventos da cultura gaúcha, o Festival é realizado as margens do Rio Uruguai, o evento tem como característica principal a composição e apresentação de canções, compostas em menos de 24 horas.
O festival nativista gaúcho, tem uma linda história. Em maio de 1962, foi fundado em São Borja, Os Angüeras Grupo Amador de Arte, originários do Grupo dos Dez, (casais amigos que se reuniam costumeiramente, para divertirem-se socialmente pelas artes). Além das festas sociais, culturais, o grupo dos Angüeras, tinha como de costume realizar acampamentos de pescaria nas barrancas dos rios da região. Para essas pescarias eram convidados afins, ligados a nossa cultura regional, como por exemplo já famoso folclorista, Nico Fagundes, compadre de Aparício Silva Rillo, líder do grupo. O nome Angüera, vem do guarani e quer dizer, espírito de volta ou alma que se devolve ao corpo. Conta a lenda que o índio Angüera era triste, calado, mas que logo de ser batizado pelos padres jesuítas, com o nome de Generoso, virou alegre, cantador, tocador de viola.
Em 1971 o Grupo Os Angüeras, participaram da primeira Califórnia da Canção Nativa, com Andarengo e a consagrada música João Campeiro, daí entusiasmados com o evento uruguaianense, e como nas pescarias de barrancas se fazia mais música do que pescar, resolveram no acampamento de 1972, por ideia do cantor e compositor, Carlos Castillos, gerar um concurso poético musical, temático.
Nascendo aí o folclórico Festival da Barranca, tendo como fundadores as lendários figuras de Carlos Castillos, Aparício Silva Rillo, Nico Fagundes, José Bicca, Miguel Bicca e Luiz Carlos Dorneles. Assim com 25 participantes aconteceu o primeiro Festival da Barranca, desenvolvendo-se com características próprias, diferente dos demais e até hoje, São Borja recebe nas Semanas Santas, a beira do Rio Uruguai, em um evento fechado, de tema único, só para convidados artistas do sexo masculino, dentre outros em especiais da imprensa e autoridades.
O tema de cada edição é dado para ser composto, na Sexta-feira Santa, exatamente 24 horas antes da exibição no Sábado de Aleluia, logo da apresentação dos inscritos, é feito o julgamento, declarado o vencedor, entregue o troféu, dele festa e no domingo de Páscoa, depois do almoço o grupo se dispersa. Assim o acampamento de pescaria que virou festival, teve na sua primeira edição o tema o Rio, quatro músicas inscritas concorrentes e o vencedor foi Nico Fagundes, autor da letra, da música e interprete, da obra Eu e o Rio.

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